Nos últimos anos, alguns estudos sobre hiperatividade e problema na visão mostraram que existem muitos fatores que relacionam essas duas condições. Algo que nem foi pensado durante muitos anos.
Como resultado, surge a necessidade de entender melhor esses assuntos, interligações e como é possível auxiliar no desenvolvimento desses indivíduos.
Hiperatividade – Principais características
Nos últimos anos, o número de crianças diagnosticadas com hiperatividade cresceu de maneira assombrosa.
Entretanto, o que mais assusta é que, em muitos casos, não se trata de uma condição em si, mas de outros fatores que desencadeiam comportamentos que se assemelham a esse transtorno.
Em síntese, o Transtorno de Déficit de atenção com hiperatividade, é uma doença crônica que inclui, principalmente, três fatores:
⦁ Dificuldades de atenção;
⦁ Impulsividade;
⦁ Hiperatividade.
O problema é que, quando não acompanhado de perto, o transtorno pode persistir na vida adulta e trazer uma série de problemas, reduzindo a qualidade de vida e o desenvolvimento infantil.
Inclusive, alguns estudos mostram que esses adultos tendem a ter autoestima baixa e problemas constantes no trabalho, escola e vida pessoal.
Entre os sentimentos mais comuns ditos por esses indivíduos, é a sensação de não se encaixar no mundo.
Geralmente, para identificar tal condição, são observados uma série de comportamentos, como:
⦁ Se distrair facilmente;
⦁ Agir sempre por impulso;
⦁ Ansiedade ou sintomas ansiosos;
⦁ Agitação incontrolável;
⦁ Desatenção constante;
⦁ Alterações de humor;
⦁ Dificuldade para organizar qualquer aspecto da vida;
⦁ Problemas para manter o foco;
⦁ O ato de falar sem parar, etc.
Importante
A hiperatividade é uma psicopatologia do cérebro e completamente diferente de outras condições.
Principalmente no público infantil, é comum observar o comportamento e rendimento escolar.
Entretanto, nem sempre uma criança que tem um desempenho ruim é hiperativa e isso pode levar mães e pais a loucura.
Então, sempre procure um profissional para avaliar e garantir um diagnóstico.
Professores, coordenadores e outros, podem ajudar, mas não podem oferecer esse tipo de resposta.
A relação entre hiperatividade e problema na visão
Para entender a relação entre hiperatividade e problema na visão, é válido pensar nos principais sinais.
Isso porque, é comum que pedagogos e outros profissionais, principalmente na escola, falem sobre crianças “hiperativas”.
Assim, ao conhecer essas crianças, os sinais notados e também apontados por essas pessoas incluem a falta de atenção e a bagunça.
Ou seja, são aquelas crianças que não param quietas na cadeira, que falam mais que os outros ou que nunca estão atentos ao assunto da aula.
Mas isso não é um diagnóstico.
Muitas vezes, o que é caracterizado como hiperatividade, é na verdade uma consequência de problemas na visão.
Principalmente nas crianças.
De acordo com especialistas, crianças que possuem alguma dificuldade para enxergar apresentam maiores queixas escolares.
Afinal, se ela não enxerga o quadro, para que mesmo vai ficar olhando para ele? É obvio que a criança vai procurar outra coisa para fazer.
Não à toa, é muito comum que profissionais que estejam investigando TDAH solicitem um exame visual.
Por outro lado, existem casos onde as duas condições existem, se relacionam e também podem facilitar o tratamento.
Como isso é possível?
Avaliando o exemplo anterior, suponha que uma criança “x” tenha diversas reclamações na escola.
O que leva os pais a um profissional, que realiza um diagnóstico e descobre um quadro de hiperatividade.
Entretanto, durante os exames, o de visão também é realizado e descobre-se que a criança também possui um problema de visão, como miopia.
Portanto, temos duas condições que precisam de cuidado, tratamento e análise.
Neste cenário, é comum que o primeiro problema a ser solucionado seja o da visão.
Então, o profissional faz a análise e define o que pode ser feito para a correção da visão.
Geralmente, isso é acompanhado de outros cuidados, como reduzir a exposição da criança a telas digitais, atividades lúdicas e motoras, etc.
O que talvez você não saiba, é que neste processo, a criança já começa a mudar também alguns dos comportamentos hiperativos.
Isso porque, ao melhorar a visão, a criança passa a ter a capacidade de enxercar melhor, a focar em objetos e pessoas.
Dessa forma, ela consegue realmente ver quem está a frente dela, brincar com mais autonomia, reduz as quedas, previne acidentes e muito mais.
Justamente por isso, a hiperativa, algumas vezes, é confundida por pais e pedagogos. Quando na verdade a criança precisava apenas de óculos.
Enfim, após essa primeira parte do tratamento, é dado o início do cuidado com o transtorno, que envolve principalmente terapia e, alguns casos, medicações.
Como fica a relação entre hiperatividade e problema na visão
Por fim, a relação entre esses dois problemas é mais comum do que você imagina e pode surgir de diversas maneiras.
Logo, é importante estar atento ao seu pequeno e aos sinais que ele apresenta no dia-a-dia, sempre mantendo os exames em dia.
Como a visão pode apresentar nuances diferentes, como problemas em um único olho ou um grau leve, o tratamento pode demorar ainda mais para acontecer.
Então, antes que se agrave, não deixe de procurar um especialista em visão.
É importante manter os olhos sempre abertos para realmente enxergar as crianças e lidar com as adversidades que surgirem no caminho. Incentive o seu filho a brincar, a buscar soluções e a encontrar o próprio caminho.
Fonte:
Fabrício Paes